O governador do Acre Gladson Cameli virou réu no Superior Tribunal de Justiça após decisão unânime da corte, que aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República na quarta-feira (15/05).
Cameli, feroz apoiador de Bolsonaro que cumpre o seu segundo mandato como governador do estado nortista, é acusado de liderar um esquema de fraude em licitações desde 2019, que resultou em prejuízos de R$ 150 milhões aos cofres públicos.
A investigação apurou que o governador e seus associados direcionaram contratos para empresas que pagavam propina e vantagens para os envolvidos, incluindo o irmão do governador, Eládio Messias Cameli Júnior.
Na decisão publicada na quarta, o STJ aceitou a denúncia e tornou Gladson Cameli réu por esses crimes.
A PGR chegou a pedir o afastamento do governador do cargo, mas o tribunal negou a solicitação e permitiu que ele continue exercendo o mandato.
O que diz a acusação
Segundo a denúncia do Ministério Público, o governo do estado do Acre contratou uma empresa de engenharia chamada Murano para manutenção predial.
O problema é que a empresa sequer tinha escritório no Acre ou tinha atuado no estado. Além disso, para contratá-la, não utilizou o método de licitação. Um dia após a assinatura do contrato, a empresa fechou uma parceria com a empresa Rio Negro, cujo sócio é Eládio Cameli, irmão do governador.
Gladson, como chefe do governo do Acre, é apontado como uma das principais figuras no esquema. Além deles, outros membros da família também são acusados de fazer parte da organização criminosa.
A empresa de Eládio pagou parcelas de um apartamento em São Paulo que seria destinado ao governador do Acre, além de 81% um veículo de luxo que seria de posse do governador.
Segundo a PGR, é “inegável o desvio de recursos públicos, os quais deveriam ser empregados na execução das obras, mas foram desviados em favor de familiares” de Cameli.
O governador nega as acusações e diz que "a defesa terá a tranquilidade e o espaço necessário para esclarecer dúvidas e repor a verdade".
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