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Política e Poder CORRUPÇÃO

Investigador é preso suspeito de atuar como traficante de drogas em megaesquema de corrupção

Segundo a Corregedoria, esse pode ser o maior esquema de corrupção já visto na polícia.

05/02/2025 09h24
Por: Fernanda Souza
Foto/Reprodução
Foto/Reprodução

O investigador Cléber Rodrigues Gimenez, de 47 anos, foi preso pela Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo sob suspeita de ser o chefe de um esquema que movimentou mais de R$ 80 milhões em cinco anos com a venda de cocaína pura para traficantes. Segundo o Portal da Transparência da corporação, Gimenez recebe um salário líquido de R$ 8 mil.

Em cinco anos, o total somado (de R$ 480 mil) corresponderia a um valor muito inferior ao montante movimentado. Ele é dono de uma empresa do ramo de veículos, mas sem funcionários cadastrados. Para a equipe de investigação no caso, o negócio era usado como fachada para lavagem de dinheiro.

O policial, que chefiava os investigadores do 77º Distrito Policial, na região central de São Paulo, simulava operações em que grandes quantidades de cocaína eram apreendidas, aponta a investigação. No entanto, a droga pura era substituída por outra substância e revendida a traficantes, incluindo os de origem colombiana e boliviana.

Investigador preso recebia informações sobre carregamentos de cocaína

As investigações apontam que o investigador preso recebia informações sobre carregamentos de cocaína vindos do Mato Grosso do Sul e organizava apreensões forjadas. A droga era então armazenada em um depósito de sua propriedade antes de ser repassada.

A investigação começou a partir de uma denúncia anônima. Em dezembro do ano passado, um mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa do policial, onde foram encontrados mais de 10 quilos de cocaína pura e uma grande quantidade de maconha.

Os agentes também localizaram quase R$ 3 milhões escondidos em um carro de luxo pertencente a Gimenez. O investigador foi indiciado por lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e organização criminosa. Se condenado, a pena pode ultrapassar 25 anos de prisão.

Caso é apurado pelo Gaeco em São Paulo

O caso do investigador preso também é apurado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo. Em nota à Gazeta do Povo, a Secretaria da Segurança Pública paulista confirmou a prisão de Gimenez e de outro suspeito de participação no esquema, também investigador da Polícia Civil.

“A Corregedoria da Polícia Civil, com apoio do Ministério Público, deflagrou uma operação contra os crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro em (24/01), na capital e Grande São Paulo. Dois policiais civis foram presos e encaminhados à Corregedoria. As equipes também cumpriram 14 mandados de busca e apreensão. As investigações prosseguem.”

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