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Política e Poder CONDENADO

Ex-diretor da Petrobras é condenado por corrupção e lavagem de dinheiro

Duque foi acusado de receber mais de R$ 5,6 milhões em propina da Multitek Engenharia

22/04/2025 23h11
Por: Fernanda Souza
Foto/Reprodução
Foto/Reprodução

O empresário e ex-diretor da Petrobras Renato Duque foi condenado a 29 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão foi tomada na última segunda-feira e ainda cabe recurso. Duque geriu a Petrobras entre 2003 e 2012 e foi acusado de receber mais de R$ 5,6 milhões em propina da Multitek Engenharia por meio do empresário Luís Alfeu Alves, ex-diretor e sócio da companhia, entre 2011 e 2012.

A condenação surgiu a partir das investigações da Operação Lava Jato. O antigo gestor de serviços da estatal acumula denúncias no âmbito da operação e teve sua prisão decretada em julho ano passado. Além da pena — que deve ser cumprida inicialmente em regime fechado, de acordo com a decisão assinada pelo juiz federal Guilherme Roman Borges, da 13ª Vara Federal de Curitiba —, há ainda o pagamento de uma multa diária por 875 dias calculada a partir do salário mínimo da época, cerca de R$ 622.

A denúncia, oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) há cinco anos, defende que a propina era paga para garantir a obtenção de contratos públicos de grande valor na Petrobras por meio de fraude em licitações — processos em que o governo compra bens e serviços de instituições privadas. Os cerca de R$ 5,6 milhões pagos ao ex-diretor da petroleira seriam para o favorecimento de três contratos firmados em 2011, que somam R$ 525,7 milhões: Serviços: construção civil dos arruamentos, iluminação viária, estacionamentos, redes de águas pluviais e de esgoto do Complexo de Energias Boaventura (Comperj): R$ 306,5 milhões Serviços:construção e montagem do laboratório de fluidos no parque de tubos, em Macaé/RJ: R$ 125,2 milhões Serviços: Unidade Industrial U8221 e Subestação Auxiliar SE8221: R$ 93,9 milhões.

Além da Multitek e da Petrobras, havia lavagem de dinheiro junto à Jamp, companhia que atua também no ramo de engenharia. As três instituições teriam sido responsáveis pela falsificação de seis notas fiscais com a justificativa da prestação de serviços de consultoria dos contratos especificados acima. As transferências das notas totalizaram o pagamento de R$ 1,7 milhão a Jamp, operada pelos irmãos Milton Pascowicht e José Adolfo Pascowicht.

Luís Alfeu foi condenado a onze anos, seis meses e 22 dias de prisão por lavagem de dinheiro, além do pagamento de multa. A defesa do empresário Luís Alfeu entrou com recurso.

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