Os militares sabiam que o satélite-radar da banda X adquirido sem licitação pelo Comando da Aeronáutica por R$ 175 milhões ao apagar das luzes de 2020 é inútil. Segundo o jornalista Rubens Valente, do UOL, que revelou a operação, “em um documento protocolado em setembro, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) informou ao MCTIC (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações) que o satélite-radar da banda X (...) ‘não é apropriado para o monitoramento do desmatamento na Amazônia’”. O parecer do Inpe foi omitido nas informações que o governo Bolsonaro enviou sobre a aquisição à Câmara dos Deputados.
Na quarta-feira (30/12), conforme reportagem publicada por Valente, o Comando da Aeronáutica assinou o contrato com a empresa finlandesa Iceye pelo qual adquiriu um satélite-radar por US$ 33,8 milhões, ou cerca de R$ 175 milhões.
A Aeronáutica se recusou a informar a banda do aparelho, dizendo que o contrato é sigiloso por cinco anos, mas em outubro havia informado a Valente, em resposta a um pedido via LAI (Lei de Acesso à Informação), que estudava adquirir um satélite-radar da banda X. A banda é determinante para saber a capacidade de um satélite-radar, conforme especialistas. “A banda L é considerada a mais sofisticada e cara. A banda X, a mais simples e barata”, escreveu o jornalista.
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