Aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) transportaram em missões pelo menos 132 caixas e 5.000 comprimidos de cloroquina. O detalhamento sobre o destino da droga, que não tem eficácia contra a Covid-19, é mantido em sigilo.
A informação está em ofício assinado pelo então comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Antonio Carlos Bermudez, e enviado ao MPF (Ministério Público Federal) em Brasília. O documento é de (15/03).
O MPF instaurou um inquérito civil para investigar a política da cloroquina do governo Jair Bolsonaro (sem partido). A suspeita é de improbidade administrativa na distribuição massiva do medicamento.
O principal alvo da investigação é o general da ativa Eduardo Pazuello, ministro da Saúde mais longevo na pandemia, até ser demitido em março.
“No que concerne à distribuição do princípio ativo, foram transportadas, em duas oportunidades, 132 caixas e 5.000 comprimidos, sucessivamente, do medicamento cloroquina em missões da FAB”, limitou-se a dizer o comandante em relação à atuação da Aeronáutica no transporte da droga de 2020 a fevereiro de 2021, período estipulado no pedido de informações do MPF.
Bermudez, demitido do cargo por Bolsonaro em 30 de março, junto com os comandantes de Exército e Marinha, não explicou ao MPF a quantidade de medicamento transportada nas 132 caixas, não disse quando houve o transporte nem para onde se destinou a droga que foi o carro-chefe de Bolsonaro no combate à pandemia.
Ao ser questionada, FAB fala que “Não há informações disponíveis além das que já estão constando no documento citado no corpo da pergunta”.
Identificaram casos em que a cloroquina foi destinada a comunidades indígenas na Amazônia, com o propósito do chamado “tratamento precoce”, e não para a finalidade original da medicação, que é tratar casos de malária.
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